Sexismo nos games
O lançamento do Wii e seu controle "que qualquer um pode usar" está sendo alardeado como o videogame para todas as idades e gêneros. Mas será que todos estão felizes com isso?
O Wii até agora está conseguindo atrair a atenção dos não-gamers de forma positiva. Vários veículos de comunicação estão comemorando a democratização dos games, como a Folha Online, o Uol e até mesmo a Time Magazine (indicado por Roger Tavares no Game Cultura).
Mas algumas mulheres estão bastante descontentes com a estratégia de marketing e com os comerciais da Nintendo, como vemos no artigo Women on the Wii de Bonnie Ruberg. Para ela, o que a Nintendo está falando é que o Wii é "tão fácil que até sua namorada jogaria". Em uma comunicação ainda dirigida aos homens (os "provedores"), que pressupõe que mulheres têm menor coordenação motora, ou menos inteligência que eles.
Embora o universo dos games seja ainda recheado de personagens machões e suas metralhadoras, mulheres jogam videogames há tanto tempo quanto os homens. Na verdade, em jogos on-line elas já são maioria, como aponta pesquisa recente da Nielsen Entertainment (indicada pelo Alexo no Benzaiten Brasil).
Mesmo quando falamos sobre outros tipos de games, como os inocentes jogos do Super Mario, não estamos livres do sexismo, como afirma Gonzalo Frasca no artigo Playing with Fire: Trouble in Super Macho World? Mario sempre precisa salvar a princesa indefesa, e quando ela tem a chance de ser protagonista do jogo, usa apenas suas emoções e seus "desvios hormonais" como armas.
Fica evidente que a Nintendo está tentando encontrar um maior público feminino em divesas ações, ainda mais quando encontramos uma matéria/propaganda sobre o Wii na revista Glamour, que inclui até mesmo uma receita de cocktail para acompanhar a noite das garotas.
Embora possa ser um pouco controversa, a tentativa de encontrar novos jogadores onde quer que seja é louvável, e descobrir novas formas de abordar o videogame e os jogos é um desafio que até agora somente a Nintendo e algumas poucas produtoras de games toparam enfrentar.
Para mais informações sobre a relação das mulheres com os videogames não deixe de conhecer os blogs Guilded Lilies e Wonderland, a coluna Playing Dirty no Joystiq e a conferência Woman in Games.
Foto: AP Photo/Koji Sasahara na Folha Online
UPDATE 1: A Computec Media AG, uma empresa alemã, anunciou o lançamento de uma revista de games direcionada especialmente para o público feminino, a Play Vanilla. Leia a notícia completa aqui.
Um comentário:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sexismo
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