dezembro 12, 2006

Big Brother

A mais recente edição do Big Brother teve um começo inesperado: todos os participantes estavam alinhados no tapete vermelho, prontos para entrar na casa, quando um desconhecido os enjaulou e ateou fogo em todos eles.

Por mais que seja divertido (e muito sádico) imaginar uma cena dessas transmitida ao vivo com Pedro Bial em desespero, o acontecimento bizarro ocorreu dentro do jogo Second life, na versão virtual oficial do programa de tevê criado pela Endemol.

Clique aqui para ler a notícia completa e uma entrevista com um dos "terroristas" (a beldade da foto). Ela até mesmo entrou na casa do Big Brother e permaneceu junto dos participantes por algumas horas.

Ainda não podemos dizer se Second Life é só uma mania nerd que durou tempo demais e ganhou um espaço exagerado na mídia, ou se é mesmo a versão 3d da internet como andam dizendo (o que eu particularmente não acredito que seja por um motivo muito simples: Second Life pertence à Linden Lab, enquanto a internet não pode ter dono.), mas podemos refletir sobre duas coisas com a notícia do ataque:

1- O mundo de Second Life por si só já é um Big Brother. Um dos divertimentos de estar no jogo e observar o que os outros estão fazendo, como estão se vestindo etc. E se eu quiser posso ficar voluntariamente "preso" dentro do mundo virtual como se eu fosse um participante do reality show, sendo apenas observado por outros enquanto crio minhas próprias relações com outros participantes.

2- Por mais que o atentado tenha sido um fato isolado feito por algumas pessoas, ele é emblemático por mostrar que os "telespectadores" estão cada vez menos dispostos a aceitar o que as grandes empresas de comunicação nos empurram. Já que estamos "na era do We Media" e todos são produtores de conteúdo, não existe mais o espectador passivo. De acordo com Pedro Cabral da Agência Click o telespectador cada vez mais dará lugar ao "teleinterativo", e este pode dialogar com o conteúdo da forma que ele quiser.

3 comentários:

Gabriel Haeser disse...

A internet não é dos EUA ?

Lucas Haeser disse...

Pode ter sido desenvolvida lá, mas a internet é um acordo, e não uma coisa. Leia o artigo World of Ends que é muito bom. Lá na parte 8 falam sobre isso.

Lucas Haeser disse...

Oi Driver Epin.
Você tem razão, Second Life pode ser apenas o rascunho de uma futura web tridimensional. Mas será que metáforas cada vez mais parecidas com as do mundo real são mesmo o melhor caminho? Imagine para o comércio eletrônico por exemplo, é mais fácil eu controlar um personagem 3d e andar por corredores de um supermercado para achar os produtos que eu quero, ou usar meu cursor para apontar e clicar nos produtos? A discussão é parecida com a que eu levantei aqui no Hipergame sobre o controle do Wii, será que interfaces que imitam o mundo real são mais eficientes do que as que temos hoje?
Enfim, obrigado por participar, e parabéns pelo seu blog, já cadastrei seu rss e vou acompanhar sempre.
Abs
Lucas Haeser